Aquela água morna que relaxa os músculos, aquele vapor que simplesmente não faz nada, mas de certa forma ajuda... aquele sabonete cheiroso, aquela bucha macia - uma bem áspera às vezes cai bem, para limpar todas as impurezas que recebemos de pessoas impuras.
As pequenas gotas de água vão me limpando, parte dos problemas e das dores de cabeça vão para o ralo embalados no sabão.
E é quando eu não me lavo que o banho é mais produtivo. Penso no que poderia ter dito, no que poderia ser feito. Penso em pequenas brigas, que não passam de sussurros e gritos abafados pelo chuveiro. São nessas brigas imaginárias que me abro, mostro minhas angústias. São essas brigas imaginárias que impedem que eu desconte minhas frustrações em quem não merece.
Diálogos e conversas, encontros e desencontros. Tudo ensaiado para nunca acontecer. Histórias que nascem dentro do box do banheiro mas que nunca saem de lá.
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